domingo, 11 de abril de 2010

Indagações

Às vezes é difícil continuar a jornada com o mesmo entusiasmo de antes. Pior que ser uma jovem idealista, que quer mudar o mundo, é crescer e se deparar com a realidade e suas subjetividades e escancaramentos e sentir-se impotente perante ela.

Mas não dá para voltar atrás, como Einstein disse, uma mente que se abre a uma nova idéia jamais volta ao tamanho original. Eu quis voltar, eu quis me alienar. Eu apenas quis, não dá nem pra tentar. Como esquecer as experiências vividas, os livros que leu, as idéias que teve, as indagações. Como esquecer? Como voltar atrás e deixar tudo lá? Como seguir um caminho inverso daquele que você vem seguindo desde que você se entende por gente e deixar de saber tudo o que aprendeu a duras penas?

Eu quis xingar o Einstein pela frase, cuspir no livro de Huxley, falar que a Lispector escrevia porcarias, que Beauvoir era uma paranóica, que o Caio F. era um chorão, que as minhas experiências não passaram de sensações vividas por uma mente imatura. Eu quis seguir a massa conformada para não sofrer tanto. Aliás, para me conformar com esse sofrimento, com essa miséria humana e dizer que é assim mesmo, que sempre foi e nada pode mudar. Eu queria acreditar em mentiras, pra que brigar com quem não se pode brigar? Eu quero me conformar! Mas, impetulante, briguenta, eu quis ir além. Pra onde, não sei. Mas esse é um caminho que não dá pra voltar. Ah, o aprendizado! Esses livros que leu, os caminhos que tomou, as expêriencias que viveu. Mas de que forma o conhecimento liberta? De que conhecimento estamos falando?

2 comentários:

Anônimo disse...

O conhecimento liberta o coração para a dor. Não encontrei, até agora, nenhum outro caminho que nãos eja esse. às vezes atalhos, às vezes lindas paisagens bucólicas...o destino é sempre esse. E a massa continua, em estado hipnótico, sorrindo, comprando, gastanto...vivem um paraíso artificial. E às vezes dá inveja deles...que não pensam, que não sentem...são fúteis mas são felizes.....
Ora ora...melhor ser triste...porque esse universo paralelo fica sendo só nosso!

Carina Prates disse...

Muito bonita a sua reflexão. :)

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