quarta-feira, 14 de abril de 2010

Atlântida reerguida

Olhos lacrimejantes que
Afogam-te na profundidade oceânica
Do teu ser.
Um continente perdido talvez...
Vida, costumes, lembranças perdidas.
É a própria perdição que acha-se em ti.
Tua tristeza te chama e mistura-te dentro
Do mar negro de emoções enlameadas que te sobrepujam.
O mistério abre-se para você,
Mas, afogado no oculto do seu mundo,
Que cega a luz no fim do túnel, você nada vê.

E desejavas que o vinho gelado que esquenta suas veias
Substituísse o sangue que nelas escorre,
Alimentando da bebida o teu coração.
Para que a boêmia dos poetas malditos,
Para tudo fosse a simples solução.
E a solução que logo se encontra
Não é aquela de natureza implacável,
Representada pela imensa cruz
E pelo peso da dor e do mármore,
E pela arte obscura de esculpir
Anjos melancólicos, dramáticos;
Com asas machucadas, corroídas,
Por tanto tempo de vidas decaídas,
Depois de muitos acontecimentos trágicos.

Quando você olha para si
O Mistério é esclarecido novamente,
Pois nem todo o vazio é suficiente
Para apagar a Luz que há dentro de ti.

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